quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Europa tem 2.500 milhões de euros para Big Data

A Europa está a ficar para trás e precisa urgentemente de investimento em Big Data para se manter a par da concorrência.
O Big Data vai ter um grande impulso na União Europeia, correspondente a 2 mil milhões de euros de investimento de um consórcio industrial, a que se somam 500 milhões de euros do dinheiro público, ao longo dos próximos cinco anos.

Empresas como a Atos, IBM, Nokia Solutions and Networks, Orange, SAP e Siemens, juntamente com várias entidades da investigação, vão investir nesta parceria público-privada (PPP) a partir de Janeiro de 2015.

A parceria vai investir em investigação e inovação em campos de Big Data como a energia, manufacturação e saúde para prestar serviços, incluindo medicina personalizada, logística alimentar e analítica predictiva. Outros produtos podem incluir a previsão de rendimento das culturas ou a aceleração do diagnóstico de lesões cerebrais.

O investimento vai dar um impulso à indústria europeia de Big Data, explicou a vice-presidente da Comissão Europeia, Neelie Kroes, durante uma conferência de imprensa em Bruxelas.

“A Europa está a ficar para trás. Praticamente todas as grandes empresas de Big Data são dos EUA, nenhuma é da Europa”, disse. “Isso tem que mudar e é por isso que estamos a colocar dinheiro público no projeto”.

O dinheiro é necessário para ajudar as empresas a processar alguns dos 1,7 milhões de gigabytes de dados que Kroes disse serem gerados no redor do mundo a cada minuto. Esses dados, incluindo informações sobre o clima, imagens de satélite, fotos digitais e vídeos, registos de transações e sinais de GPS, devem ser usados por empresas europeias, disse.

As 25 empresas que formam a Big Data Value Association também vêem uma necessidade imediata de agirem em conjunto e começarem a competir, disse o presidente da associação, Jan Sundelin, que também é presidente da empresa holandesa de comércio eletrônico Tie Kinetix.

A Europa é um dos maiores mercados de retalho do mundo mas as empresas não europeias “sabem mais sobre os nossos consumidores e o que estamos a fazer na Europa do que nós mesmos”, disse ele durante a conferência de imprensa, onde convidou outras empresas e startups a participarem. Não há nenhuma entidade portuguesa associada.

Os investimentos na indústria também vão apoiar “Espaços de Inovação”, que oferecem ambientes seguros para a experimentação de dados privados ou abertos, disse a Comissão.

A parceria, que foi assinada esta segunda-feira em Bruxelas, é o sexto grande programa de investimento em tecnologia da UE para se afirmar em termos globais. Em Julho, por exemplo, a Comissão e o sector privado juntaram-se para investirem 5 mil milhões de euros no sector europeu da electrónica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário