O desenvolvimento do Big Data no Brasil terá vários desafios em um futuro bem próximo. O maior deles, como não poderia deixar de ser quando o assunto é dados, é a preocupação quanto à privacidade. Se a recomendação de links patrocinados pelo Google já parece invasiva à maioria das pessoas, o mundo e a legislação atuais não estão preparados para as possibilidades que o Big Data oferece de agregar e tirar conclusões de dados até então esparsos.
Gustavo Tamaki, gerente de vendas da Greenplum Brasil, da EMC, pondera que os usos mais invasivos do Big Data ainda não são uma realidade. Mas admite os riscos:
– Acho que toda tecnologia que surge também tem o seu lado ruim.
Para Karin Breitman, da PUC-Rio, os cientistas não devem autocensurar as pesquisas por causa da polêmica:
– Essa é uma questão ética. Cabe à sociedade impor limites à aplicação da ciência e da tecnologia, mas os pesquisadores precisam trabalhar no limite, na ponta.
Outro problema a ser enfrentado será a escassez de profissionais que reúnem habilidades em matemática, estatística e ciência da computação. O Big Data levou as empresas a uma disputa frenética por esse perfil e tornou a IBM a maior empregadora de matemáticos PhDs no mundo. O instituto McKinsey Global prevê que faltarão entre 140 mil e 190 mil desses profissional em 2018.
– Já há carência desse profissional no Brasil hoje. Se houver uma explosão do Big Data, certamente teremos problemas – advertiu Alexandre Kazuki, da HP, que prevê para 2013 a massificação da tecnologia por aqui.
Este problema também será enfrentado por todas as empresas que desejem entrar no mundo do Big Data, pois o desafio não se resume só a encontrar profissionais qualificados, mas também como identifica-los no mercado. O primeiro passo é saber o que procura e a partir desta informação, os RHs e empresas de recrutamento também precisam se preparar e qualificar para a tarefa de procura e contratação de mão de obra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário