As revelações podem ter sido uma grande surpresa para muitos leigos, porém não para Governos e profissionais que já atuam na área há muitos anos e já tinham conhecimento inclusive do envolvimento e conivência das grandes da TI americana onde entre muitas, receberam investimentos milagrosos para seu desenvolvimento e dominação do setor. Este mesmo movimento pode ser visto recentemente no caso do FaceBook, Google e por último a volta da terra dos mortos protagonizada pelo Yahoo, afinal de contas, o Governo Americano necessita do grande volume de dados oferecido por estes sites.
Voltando ao tema, após a exposição do Big Data, muitas empresas resolveram pegar carona no assunto, umas por curiosidade e outras por apenas passar a imagem de uma empresa alinhada com as ultimas inovações. Este mesmo movimento pode ser visto com o surgimento das ferramentas de BI, porém como diz aquele velho ditado : “De nada adianta você comprar um avião se não sabe pilotá-lo”, e foi justamente o que aconteceu com muitas empresas que investiram muito dinheiro em projetos fadados ao fracasso em virtude da incompetência dos profissionais envolvidos. Podemos esperar o mesmo em relação ao Big Data? Sim, com certeza.
Hoje, ao contrário de alguns anos atrás, a informação circula livremente na rede. Imagine um rio com peixes, o rio seria a Internet e os peixes seriam os dados, porém você deve saber como e onde pescá-los.
É comum vermos em reportagens sobre Big Data, mostrarem ações simples e miraculosas, como se qualquer criança de 5 anos pudesse fazer. Ontem mesmo, a Rede Globo divulgou uma reportagem onde além dos efeitos visuais, claro, é preciso prender a atenção do telespectador e para isso nada melhor do efeitos a “La Matrix” para isso. Na reportagem em questão, foi mostrada uma parte de todo o processo, utilizando uma história de um recém nascido que desde suas primeiras horas já teve sua vida divulgada na rede através de mensagens, fotos, e-mails, etc...dando a entender que isto ocorre com todo mundo. Bem, isto não deixa de estar correto, porém eles esqueceram de dizer uma coisa importante : Como as empresas capturam estes dados e estas informações? Pois se você acha que ela fica buscando no Google com certeza você está fazendo isto muito errado, pois todos especialistas em informações sabem que o Google é uma grande lata de Lixo e apenas 2% das informações são confiáveis, pois bem, aqui vai uma dica, se você é um utilizador assíduo de Redes Sociais e aplicativos para celular ou até mesmo achou mais prático logar em algum site utilizando as suas credênciais do Google, Yahoo, Facebook, Twitter, interessante ser os mesmo sites envolvidos no famoso escândalo da NSA, não é mesmo? Pois então, com certeza você já autorizou o acesso aos seus dados em troca do uso “Gratuito” daquilo que você acha que vai melhorar muito sua vida, pois então, quando você clicou concordando e claro que não se deu nem ao trabalho de ler o arquivo “Termos e Condições”, você smplesmente abriu as portas para a empresa responsável ter acesso a todos seus dados pessoais, o que você publica, compartilha, lugares onde foi, etc...enfim um paraíso para quem busca informações. Você deve estar falando agora : “Ah, mas eu atorizei poucos aplicativos e sites”, sem problemas mas deixa eu te contar um segredinho que vai deixar você de cabelos em pé, estas mesmas empresas que conseguiram o acesso mediante seu consentimento, irão vender estas informações para outras empresas, sim, isto mesmo, aquela velha prática dos anos 90 onde empresas vendiam seus e-mails e depois você não sabia o porque de receber tantos SPAMS. Irritante não é mesmo? E você agora fala : “Ah, mas isso é contra lei”, será? Você leu o que constava no documento “Termos e Condições” que você nem se deu ao trabalho de ler e simplesmente clicou concordando? Digamos que foi o mesmo que você assinar uma folha em branco e ainda reconhecer sua assinatura em cartório.
Tendo todos estes dados em mãos, as empresas utilizam ferramentas de “Data Mining” e especificas para Big Data onde todas estas informações serão vasculhadas, organizadas e dsponibilizadas, traçando assim o perfil que realmente interessa a elas, o seu perfil consumista que pode incluir desde as suas prefrências de roupa, comida, lugares, dias em que você compra, qual cartão de crédito utiliza mais, etc...enfim, infinitas possibilidades de você ser indicado como alvo de campanhas publicitárias especialmente direcionadas ao seu perfil, como exemplo, baseado nas suas informações, eles sabem que você vai na Pizzaria com sua familia, quanto gasta e se brincar até os seus sabores preferidos, caso você utilize o Aplicativo da Pizzaria, pois bem, basta observar que certamente 1 dia antes você receberá uma sugestão de uma Pizzaria e justamente com os sabores que você gosta.
Claro que não podemos esquecer que o Brasil em relação a outros países ainda engatinha no assunto, mas você não pode esquecer que a cada cinco segundos, no mundo inteiro, 17 mil fotos e 144 mil posts são publicados no facebook. Por dia, são 247 milhões de emails. Isso sem contar nos rastros que a gente deixa pelo caminho, como cartão de crédito, pedágio, exames...portanto, a sua privacidade já morreu faz tempo e você ainda não se deu conta.
Enquanto o Brasil preocupa-se em utilizar-se do Big Data para vender Tênis ou controlar o quanto você gasta de Luz ou até mesmo investir milhões na ideia que pode ser utilizada para análises mais aprimoradas do Pré-Sal, ideia esta que todos sabemos que vem sendo o ralo do dinheiro público nos últimos anos e sem nenhum resultado concreto, apenas promessas, porém enquanto ainda vemos as velhas histórias por aqui, nos USA o Big Data já é utilizada na Educação, Saúde, Segurança, Prefeituras e como principal sucesso e competência na utilização do Big Data, temos a reeleição do Presidente Obama, onde sua equipe com base nos dados de eleitores, conseguiu virar o jogo e garantir a vitória.
Finalizando, o Big Data pode ser nossa salvação, porém sem mal utilizada, poderá ser nossa ruína.
by
Paulo Fagundes (IT Security) -
Cloud Systems & Big Data Specialist
Nenhum comentário:
Postar um comentário