De nada adianta congressos pomposos de Tecnologia onde prometem as mil maravilhas na revolução do compartilhamento de informações quando em nosso país, nem mesmo órgãos publico de segurança são interligados, pois hoje qualquer cidadão pode tirar quantas carteiras de identidade quiser bastando viajar para outro estado. Falha? Eu diria mais um descaso do governo que enche o peito para reclamar que foi espionado quando sua própria segurança interna sempre foi uma bagunça.
Hoje com a disseminação de vários dispositivos móveis e de plataformas baseadas em cloud, podemos ver uma certa agilidade nos serviços assistenciais aumentando cada vez mais o repositório de informações tanto clinicas como administrativas das instituições em geral ou órgãos de saúde pública. Agora vem a pergunta que não quer calar: " Como aproveitar estes dados através do Big Data?" Afinal, saber organizar e aproveitar ao máximo os dados colhidos resulta necessariamente em melhores diagnósticos, tanto individuais como populacionais, e tratamentos.
Em uma palestra, durante a Global Summit 2013, realizado pela InterSystems no ano de 2013, o líder do Mckinsey Global Institute, Michael Chui, mostrou como a ocorrência de epidemias de doenças que segundo ele pode muitas vezes, ser mensurada até por meio de buscas feitas no google. Claro que isto é uma falácia, principalmente tratando de uma fonte que é incapaz de autenticar uma informação e armazenar petabytes de puro lixo em seu mecanismo de busca.
O executivo apresentou cinco passos rumo ao valor, porém alertou para questões que ainda preocupam como a privacidade, segurança e o pertencimento dessas para questões que ainda preocupam como a privacidade, segurança e o pertencimento dessas informações.
- Criar transparência;
- Expor a variabilidade de informações passíveis de experimentação;
- Customizar ações de acordo com o perfil da população;
- Suportar decisões humanas com algoritmos automatizados;
- Inovar modelos de negócios, produtos e serviços.
Economia
A gestão "Eficiente" das informações é também vista como uma saída para os custos crescentes do sistema do sistema de saúde, uma tendência comum à maioria dos países. Os EUA, em 2012,
por exemplo, gastou cerca de US$ 750 bilhões sem necessidade, segundo estudo apresentado pelo professor e presidente do Departamento de Informática Médica & Epidemiologia Clínica da Oregon Health & Scince University, William Hersh.
Algumas razões para o desperdício apontadas pelo professor foram:
- Serviços desnecessários prestados e entregues de forma ineficiente
- Preços altos em relação aos custos;
- Excesso de custos administrativos;
- Oportunidades de prevenção perdidas; e
- Ocorrência de fraudes.
Entraves
Apesar dos investimentos que Barack Obama está direcionando à saúde do País para promover a digitalização dos registros médicos (EHR, na sigla em inglês) de todos os cidadãos americanos, Hersh sinalizou que, além da privacidade e confidencialidade mencionada por Chui, há ainda muitas outras barreiras para o uso das informações integradas.
Alguns exemplos são: alto custo, necessidade de mão de obra técnica, com conhecimento de Business Intelligence (BI), por exemplo, e necessidade de infraestrutura de interoperabilidade. O professor apresentou pesquisas de diferentes entidades como, por exemplo, do English National Health Service (NHS), que demonstram uma série de problemas com a troca de informações de saúde, como:
- Documentos imprecisos e incompletos;
- Transformados em maneiras que prejudiquem o significado;
- Irrecuperáveis para pesquisa;
- De proveniência desconhecida;
- De granularidade insuficiente (pouco detalhamento);
- Incompatível com os protocolos de pesquisa.
Agora imaginem este mesmo cenário no Brasil, praticamente estes problemas irão se multiplicar por 1000, pois além de documentações imprecisas, ainda temos cidadãos que simplesmente não existem e consultam nos hospitais públicos utilizando documentos de irmãos ou parentes, nem mesmo documentos com fotos são verificados, pois o que é necessário é o numero do documento para poder ser cobrado do SUS. Se fizer um estudo, vamos ver que alguns pacientes são tratados de várias doenças em um curto período de tempo.
Evidente que ao primeiro sinal do Governo solicitando projetos de Big Data voltado para saúde, as figurinhas carimbadas é claro, aquelas empresas que já possuem cadeira cativa no fornecimento de soluções para o Governo, e convidadas trarão projetos miraculosos e muito caros. Será preciso muita seriedade para selecionar ou montar um plano de ação e para isso o Governo Federal deverá estar muito bem assessorado para não cair em armadilhas, pois é comum empresas no Brasil prometerem algo do tipo que "Galinha Voa".
Mas antes do Governo pensar em entrar na onda do Big Data, é preciso arrumar a casa, uma tarefa que já deveria ter sido feita há muito tempo, pois de nada adianta programas para tirar o povo da miséria e fome e deixa-los a própria sorte na saúde.
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